domingo, 27 de abril de 2008

Banda de choro Seis Sextos


Realese

Uma caminhada pelas ruas da Vila Madalena nos fins de semana é suficiente para descobrir uma "nova geração" inspirada nas raízes da música brasileira. No Miscelânea Cultural, uma das casas de cultura do bairro, o grupo Seis Sextos toca choro. Sim, choro de verdade. Com quatro composições próprias - Baião de Ravel, Sambalaio, Choro de Costas e Recadência dos Rios -, o sexteto manda ver uma apresentação requintada, também com sambas e chorinhos antigos repaginados. "Queremos criar algo refinado, mas que atinja o povo. Gostamos de fazer releituras em choro que agradem desde o cara que está passando ali na rua ao entendedor de bossa e música brasileira", explica Henrique Gomide, 20 anos, o mais novo da trupe.

De escolas diferentes, mas de mesma sintonia musical, os integrantes do Seis Sextos fazem bom uso de sua bagagem cultural para alcançar esse objetivo de popularizar o choro. Henrique começou a tocar música erudita no piano aos 10 anos, e hoje é responsável pelas criações no teclado e na escaleta; desde 1998, Lucas Nobile, 24, o mais velho, se rende ao cavaquinho e ao banjo e é, de longe, o mais influenciado pelo choro; Nicolas Brandão é o cara da flauta transversal, sua companheira desde os 12 anos de idade; Zé, que começou a estudar bateria aos 9, hoje trabalha com sua voz; João, o baterista, tinha quase 13 anos quando decidiu investir nas batucadas; Gustavo Angimahtz começou com aulas de baixo, mas a dificuldade de transportar o amplificador para a viagem o fez trocar o instrumento pelo violão; a paixão foi imediata e logo surgiu o interesse de estudar música brasileira tradicional.

Influenciados por Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Pixinguinha e Benedito Lacerda, Waldir Azevedo, Cartola, Adoniran Barbosa, Jacob do Bandolin, Os Cariocas, Chico Buarque, Geraldo Pereira, Novos Baianos, Silvio Mazzuca, Bebeto Castilho, Tigres da Lapa, os meninos montaram o grupo por acaso em 2007, durante uma viagem à Ilha Grande. Sem nada para fazer num chuvoso feriado de novembro, Lucas, Gustavo, Henrique e Nicolas sentaram no bar com um livrinho de choro e começaram a tocar. A brincadeira deu lugar a ensaios diários e sessões noturnas agitadas. Eles tocavam em troca de cerveja e gente jovem rodopiando em volta da roda.

De volta a São Paulo, o Coisa Linda - primeiro nome do grupo - se apresentou na Casa das Rosas, ícone da cultura paulistana, trocou de nome e engatou apresentações em bares da cidade. "É maravilhoso ver as pessoas dançando e cantando enquanto a gente toca, mas nos preocupamos com a evolução da música", conta Lucas. "Com o choro podemos evoluir muito mais do que com o samba. As melodias são mais complexas e é possível puxar pelo lado da improvisação. É um desafio", completa Gustavo. No dia 1° de maio, o Seis Sextos toca na REvIRADA Cultural da USP, às19h30.

http://www.myspace.com/seissextos

Um comentário:

[tabita] disse...

realmente uma 'coisa linda'!
achei a banda fantástica. pirei.
fechou com chave de ouro o nosso 1º de maio.
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